Há cerca de um mês o grande menestrel do nosso dendê musical, essa tal de MPB (Música Popular Brasileira) – não, não se trata de Juca Chaves, este sim o nosso verdadeiro menestrel de facto e de jure, falecido há uns quarenta dias –, o onipresente midiático Caetano Veloso foi encontrar-se, acompanhado de sua esposa e empresária (e objeto público de discussão jurídica) Paula Lavigne, com Sam Altman, o jovem mago que, dizem, acelerou a tecnologia da Inteligência Artificial com seu novo software, o ChatGPT.
Altman fez o que toda nova celebridade pratica quando se torna, enfim, uma celebridade: veio ao Brasil divulgar o seu empreendimento. A turnê de popstar do algoritmo foi uma cortesia do grupo de discussões comandado por Ronaldo Lemos, o bom rapaz que, junto com Ilona Szabó (a moça especialista em segurança pública assustadoramente parecida com Flávia Alessandra), monopoliza qualquer discussão sobre inovação técnica no Brasil a partir do mesmo prisma de sempre – isto é, o tal do “solucionismo tecnológico”, o discurso que argumenta, sem ter prova nenhuma, o fato de que as máquinas podem resolver qualquer problema que, antes, já era perfeitamente elucidado por esse detalhe insignificante denominado ser humano (sorry pela tautologia pessimista, folks).
Já Caetano – ou “Caê”, para os íntimos – estava neste convescote de luminares apenas para fazer uma única pergunta: como você, sr. Altman, pretende me pagar caso o ChatGPT use as minhas canções?